SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO
2.
ETAPA1: Desafios para a prática
pedagógica. Uma nova leitura das relações entre educação e cultura.
2.1.
Pluralidade Cultural
2.2. Multiculturalismo
2.3. Direitos Humanos e Pluralidade Cultural:
diferenças culturais
2.4. Diversidade
Cultural
3. ETAPA 2 – Desafios
pedagógicos para a prática pedagógica. As diferentes abordagens do
multiculturalismo.
3.1. Estereótipos
3.2. Estereótipos na sociedade
4. Situações do cotidiano da prática escolar
4.1. Situação 1
4.2. Situação 2
4.3. Situação 3
4.4. Situação 4
4.5. Situação 5
4.6. Situação 6
4.7. Relação de gênero
em sala de aula
4.8. Importância de um
trabalho educativo
5. CONCLUSÃO
6. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
7. ETAPA 3 e 4/
Referências Bibliográficas
1.
INTRODUÇÃO
Não
nascemos prontos para a vida, precisamos de cuidados, ensinamentos e
orientações para que nos tornemos humanos, é através do convívio com outras
pessoas e culturas que formamos nossa personalidade, nossos planos de vida,
sentimentos e desejos.
Toda
cultura cria modo de viver coletivamente, de organizar-se politicamente e se relacionar
com o meio em que vive. Todos os povos desenvolvem linguagens, aptidões
artísticas e religiosas, valores morais, vestuários etc.
A pluralidade cultural é um acúmulo de
experiências humanas e que é patrimônio de todos, pois enriquece nossas vidas e
nos ensina diferentes maneiras de conviver socialmente criando o nosso futuro.
2. Pluralidade Cultural e Multiculturalismo
Figura
1
Representação
da pluralidade de cultura
2.1.O que é a Pluralidade
Cultural?
Pluralidade
cultural é a existência de várias culturas.
Pode ser a pluralidade de religião (católicos, protestantes, islâmicos,
entre outros), de nacionalidade (japoneses, italianos, brasileiros, entre
outros) ou de cor (brancos, negros, mulatos, amarelos, vermelhos).
É
a pluralidade cultural que faz do mundo um lugar rico. Primeiro o que é a cultura? São as tradições, os costumes, os valores,
as crenças, a educação, enfim, tudo que é criado pelo homem.
Mas
não é preciso ir longe para perceber esta pluralidade. Basta ir ao bairro Bexiga,
(tradicional bairro de imigrantes italianos), ou ao bairro da Liberdade. A pluralidade cultural é muito presente em
nosso dia-a-dia, é a pluralidade que torna cada ser único e diferente.
O
tema da Pluralidade Cultural busca contribuir para a construção da cidadania na
sociedade pluriétnica e pluricultural.
Tendo
esse objetivo maior em vista, devemos: Conhecer a diversidade do patrimônio étno-cultural
brasileiro, tendo atitude de respeito para com as pessoas e grupos que as
compõem, reconhecendo a diversidade cultural como um direito dos povos e dos
indivíduos e elemento de fortalecimento da democracia.
Devemos
valorizar as diversas culturas presentes na constituição do Brasil como nação,
reconhecendo sua contribuição no processo de constituição da identidade brasileira; reconhecer as qualidades da
própria cultura, valorando-as criticamente, enriquecendo a vivência de
cidadania; desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles
que sofrem discriminação; repudiar toda discriminação baseada em diferenças de
raça/etnia, classe social, crença religiosa, sexo e outras características
individuais ou sociais; exigir respeito para si, denunciando qualquer atitude
de discriminação que sofra, ou qualquer violação dos direitos de criança e
cidadão assim como valorizar o convívio pacífico e criativo.
2.2.
Multiculturalismo
Figura
2
Representação
do multiculturalismo
O
Multiculturalismo é um termo que descreve a existência de muitas culturas numa
localidade, cidade ou país, com no mínimo uma predominante.
Sociedade
composta por uma massa bastante heterogênea de culturas, com diferentes
costumes, tradições, particularidades regionais acentuadas, diferentes etnias,
diferentes religiões, diferentes línguas oficiais, aonde cada cultura chega
mesmo a subdividir-se, por vezes, em diversas subculturas, desenvolvem um
conjunto de liberdades individuais que possibilitam essa variedade cultural,
etc.
O
Canadá e a Austrália são exemplos de multiculturalismo; porém, alguns países
europeus advogam discretamente a adoção de uma política multiculturalista. Em
contraponto ao multiculturalismo, podemos constatar a existências de outras políticas
culturais seguidas, como, por exemplo, o monoculturalismo vigente na maioria
das vezes dos países do mundo e ligada intimamente ao nacionalismo.
Pretende a assimilação dos imigrantes e da
cultura nos países de acolhimento. A política multiculturalista visa resistir à
homogeneidade cultural, principalmente quando esta homogeneidade é considera
única e legítima, submetendo outras culturas a particularismo e dependência.
As
doutrinas multiculturalistas reconhecem a vulnerabilidade das chamadas minorias
sociais (negros, índios, mulheres, homossexuais, etc.) e buscam incentivar,
proteger, respaldar e legalizar movimentos que lutam contra a homogeneização
das sociedades, através de esclarecimento público sobre excluídos e
discriminados, mostrando-os como fator de enriquecimento cultural.
2.3. Direitos Humanos e Pluralidade
Cultural: diferenças culturais
Discutir o tema
Direitos Humanos e Pluralidade Cultural significa destacar o porquê de nós,
humanos, embora sejamos uma única espécie biológica, desenvolvemos modos de
vida tão diferentes e conflitantes?
A pluralidade
cultural indica um acúmulo das experiências e das conquistas humanas que é
patrimônio de todos nós.
No entanto, nem
todas as diferenças são positivas. Quando elas se transformam em desigualdades
precisam ser encaradas criticamente.
A desigualdade no
acesso aos meios para organizar a própria vida compromete a plena existência da
pluralidade cultural.
Assim, a autêntica
afirmação da pluralidade cultural é inseparável das lutas pela extensão dos
direitos humanos a todos e pela construção de relações cidadãs e democráticas.
A defesa da
diversidade cultural é um imperativo ético, inseparável do respeito à dignidade
humana.
Em
um conceito abrangente elas estão por todos os lados, o pior é que a sociedade
e o governo trabalham lentamente, quase parados. O que escrevemos em protestos hoje é escrito
desta forma, pois fecham os olhos e renegam nossos direito omitindo a lei!
Há certo desamparo aos menos
favorecidos, muitas pessoas não aprenderam a conviver com as diferenças
sociais, sejam elas culturais ou econômicas, ser sensato sempre será o melhor
jeitinho de entender os principais conceitos da igualdade, pois são as
diferenças que mostram o descaso e o valor da igualdade.
Respeitar conceitos éticos é de extrema
importância quando se quer entender as diferenças multiculturais deste país, o
que pende? Que rasuremos o texto e abandone a antiga visão de igualdade
socioeconômica, querem que desista de muitas lutas travadas e lacradas com
muito sangue e sofrimento desde o tempo da escravidão.
Ainda somos escravos sim! Escravos de
uma imaginação sem posição ou razão de existir, acham que o mundo e imperfeito,
podes tu pensar que há contradições em meu pensar, não troque o que acha pelo
que sente, não vamos rasurar a realidade de uma razão sem esperanças de
liberdade cultural, mesmo preso somo libertos por nossos desejos oculto, somos
sublimes sonhadores somos belos somo diferentes, divergente.
No mundo em que vivemos percebemos que
os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes
aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros. Os aspectos mais simples para constatarmos
que os homens são diferentes são: Físicos ou sociais.
Constatamos isso em nossa sociedade,
pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem
em mansões rodeadas de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias
enquanto outro não sequer o que comer durante o dia.
Por isso vemos que existe a desigualdade
social, ela assume feições distintas porque são constituídas de um conjunto de
elementos econômicos, políticos e culturais próprios de cada sociedade.
2.4. Diversidade Cultural
O
Brasil tem uma notável diversidade criativa. Diversidade cultural pode ter um
papel central no desenvolvimento de projetos culturais no país, especialmente
com ênfase nos indígenas e afrodescendentes.
Áreas como o artesanato tradicional,
pequenas manufaturas, moda e design são estratégicas para o país, em vista de
sua potencialidade em termos de melhoria das condições de vida das populações
mais pobres.
Elas podem trazer empoderamento
individual e contribuir com a redução da pobreza. Ao tentar enfrentar seu problema mais
urgente – a desigualdade social – o país vem descobrindo a forte influência da
cultura para a configuração dessa realidade, bem como seu potencial de
transformação social do cenário atual.
Falta ainda uma abordagem cultural mais
profunda com relação aos povos indígenas e aos afrodescendentes.
Estes dois grupos de minoria apresentam
os piores indicadores sociais do país, mas que apenas nos últimos anos passaram
a ser alvo de políticas sociais específicas.
É preciso fazer mais para se preservar tradições
e línguas indígenas ameaçadas de desaparecimento, conhecimento tradicional
indígena sobre a natureza, terras indígenas.
Há conflitos a respeito da expansão a
fronteira agrícola e os investimentos em infraestrutura, afirmação dos direitos
dos povos indígenas, influência da cultura africana na cultura e história do
Brasil.
A diversidade cultural refere-se aos
diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta,
culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos.
O Brasil, por conter um extenso
território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais
entre as suas regiões.
Os principais disseminadores da cultura
brasileira são os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos
africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos, japoneses, alemães,
poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade cultural do
Brasil.
3.
Etapa – 2 Desafios para a prática
pedagógica. As diferentes abordagens do multiculturalismo.
3.1.
Passo 1 – Estereótipos
Um
Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação.
São usados principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na
sociedade.
Socialização:
É a assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo
através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade,
assimilando a cultura que lhe é própria.
É
um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da
comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais
sociável.
Sua
aceitação é ampla e culturalmente difundida no ocidente, sendo um grande
motivador de preconceito e discriminação.
É
um conceito infundado sobre um determinado grupo social, atribuindo a todos os
seres desse grupo uma característica, frequentemente depreciativa; modelo
irrefletido, imagem preconcebida e sem fundamento “um estereótipo é uma generalização:
não pode ser verdadeira para todos os membros de um grupo”, - J.Gahagan.
3.2.
Estereótipos na sociedade
Estereótipos
raciais e étnicos são estereótipos direcionados a diferentes etnias e raças.
Nesta
categoria existem muitos estereótipos preconceituosos como aqueles que dizem
“os colombianos são traficantes”, “os muçulmanos são terroristas”, “os índios
são violentos”, “todos os alemães são prepotentes”, e outros menos impactantes
como “angolanos são os melhores corredores do mundo”, “os negros são melhores
no basquete”.
Neste
tipo de estereótipo ainda incluem aqueles relacionados ao racismo que é o tipo
de preconceito mais frequente no nosso país, e que se baseia na discriminação
de indivíduos que possuem uma raça diferente da pessoa que julga.
Estereótipos
de gênero são frequentemente definidos como o conjunto de crenças estruturadas
acerca dos comportamentos e características particulares do homem e da mulher.
Funcionam
como esquemas cognitivos que controlam o tratamento da informação recebida e a
sua organização, a interpretação que se faz dela e os comportamentos a adotar.
Podem
ser divididos em dois tipos: os estereótipos de papéis de gênero, que dizem
respeito às crenças relativas às atividades adequadas a homens ou a mulheres;
os estereótipos de traços de gênero, que remetem para as características
psicológicas atribuídas distintamente a cada um dos gêneros.
E,
não se esqueça de que o problema não está no cabelo, está na cabeça, Nem todas
são doutoras. Há muitas Loiras burras de
cabelo preto e castanho por ai. E, Loiras burras morenas, ruivas, pretas,
loiras burras carecas.
Há
também as loiras burras naturais, “cada loira burra é diferente.” Estereótipo
socioeconómico são estereótipos relacionados com a questão financeira de cada
indivíduo e de grupos de indivíduos.
Exemplos:
“Os mendigos são mendigos por opção”, “os trabalhadores da construção civil são
preguiçosos”, “as freiras são mesquinhas”, entre outros.
Existem
também estereótipos no meio profissional, direcionados a certas profissões,
estereótipos em relação à opção sexual (gays, lésbicas e bissexuais),
estereótipos no mundo da estética, e ainda aqueles muito comuns nas escolas
como os “nerds”, que são alunos que se destacam pela sua inteligência e pelo
seu jeito introvertido, etc. “O desafio é o de fugir a estereótipos, mas sem
cair no estereótipo oposto, criando-se personagens que tenham densidade e com
os quais a plateia e a sociedade possam identificar” Preconceito (prefixo pré e
conceito) é um "juízo" preconcebido.
"O
preconceito é uma opinião sem julgamento.“ Voltaire “Preconceito é: o bom senso
dos poucos inteligentes” Voltaire "Os preconceitos, meu amigo, são os reis do vulgo.“ Voltaire
"Enquanto a cor da pele dos homens valer mais do que o brilho dos olhos,
sempre haverá guerra." Manifestado geralmente na forma de uma atitude
"discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados
diferentes ou "estranhos". Normalmente tem uma conotação negativa.
A Discriminação é qualquer distinção,
exclusão ou restrição baseada na raça, cor descendência ou origem nacional ou
étnica que tenha o propósito ou o efeito de anular ou prejudicar o
reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos e
liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em
qualquer outro domínio da vida pública.
4. Situações do Cotidiano da Prática Escolar
4.1. Situação – 1
A
situação observada em sala de aula é a de uma menina que se aproxima da
professora e pede para ir ao banheiro. A professora autoriza e, olhando para o
caderno, faz um elogio à mesma: “Essa menina é uma graça, quieta, comportada, o
caderno dela dá gosto de ver”.
Esta cena é uma representação fiel do
comportamento esperado das meninas. A informação que a professora passa, é que
essa aluna está correspondendo ao estereótipo previsto para seu sexo.
A menina “quieta e comportada” recebe um
elogio por estar cumprindo a conduta desejada.
Primeiramente, a professora tenta
mostrar que meninos e meninas têm o mesmo comportamento e diz que ambos
levantam do lugar e bagunçam. No entanto, ela acaba delineando as
características de cada sexo e apresenta um perfil de menino e um de menina.
Ressalta que “é difícil o menino ser
como a menina” porque, apesar das exceções, as meninas são mais delicadas para
conversar, não falam com brutalidade; os meninos gostam de bagunçar mais, o que
revela uma convicção desigual de condutas para cada sexo.
4.2. Situação – 2
Em
uma sala de aula uma discussão entre dois alunos para saber se a outra criança
que acabara de entrar naquela escola saberia falar a língua portuguesa, pois se
tratava de uma criança aparentemente diferente (japonesa).
Foi então que uma das crianças solicitou
a ajuda da professora para esclarecer a duvida: Aluna: “professora, estas
crianças falam língua diferente da nossa, não é?”. Professora: “Por que você acha que elas falam
uma língua diferente da nossa?”. Aluna:
“Ora, porque ela é japonesa, pois tem o olho puxado, igual japonesa”. Professora: “Mas, ela pode ser brasileira,
filha de japonês e às vezes só sabe falar o português”.
Aluna: “Então como é que eu posso
saber?” Professora: “Não dá para saber só olhando. Assim como não dá para saber
se uma pessoa é legal ou não apenas olhando de longe, tem que se aproximar
conversar, trocar idéias, as aparências, às vezes engana. Entendeu?”. Aluna: “Entendi.”
4.3.
Situação 3
Havia em uma sala de aula, uma criança
que sofria preconceito por ser negra, ela era humilhada pelos coleguinhas, pois,
a sua cor era diferente de todas as outras da sala.
A
criança não tinha mais vontade de frequentar as aulas por ser motivo de gozação
e brincadeiras de mau gosto.
A
mãe preocupada com a filha, perguntou lhe o que estava acontecendo e a criança
lhe falou. A atitude da mãe foi procurar a direção da escola, que por sua vez
orientou a professora a abordar o tema de cultura, raça e religião na sala de
aula, assim todas as crianças puderam entender que a cor não diferencia uns dos
outros e que todos eram iguais independente de cor, raça ou religião.
4.4. Situação – 4
Em uma determinada sala de aula havia uma
criança da região norte de nosso país, que falava com sotaque, e estava sendo
motivo de brincadeiras irônicas.
A
mãe da criança por reclamação do filho resolveu então procurar a direção da
escola para solucionar o problema e foi atendida prontamente, a professora foi
chamada pela diretora para receber orientações sobre como tratar esse caso e
acabou ficando tudo bem.
Através
desse caso podemos então entender que não podemos generalizar as pessoas, temos
que respeitar as diferenças culturais, sociais, raciais e que não fique somente
para os professores ensinar às crianças, mas a família também.
4.5. Situação – 5
Um nordestino em uma sala de aula é
motivo de gozação, devido aos nomes diferentes que referem as coisas. Um
exemplo disso é que para eles, a carne moída é chamada de “boi ralado”, o
uniforme escolar é “fardinha” e assim por diante...
Para
resolver essa diferença o professor mostrou aos alunos a rica cultura do
nordeste, desde a comida muito rica, até suas vestimentas. Assim fez também com outras regiões do
Brasil.
4.6.. Situação – 6
As muitas festas folclóricas existentes
na sociedade devem ser mostradas aos alunos, Porém deve-se tomar muito cuidado
ao passar isso aos alunos.
Certa
vez a escola resolveu festejar o carnaval como forma de mostrar que cada estado
comemora de maneira diferente esta festa. Essa comemoração gerou certo
desconforto em alguns pais evangélicos que ligaram essa festa a uma festa
cristã (católica).
A
direção da escola reuniu os pais de todas as classes que participariam da festa
e mostrou que não existia nenhuma ligação com a Religião, mas sim uma
demonstração das várias culturas (costumes) que existem em nosso país.
Evitou-se
assim que os alunos evangélicos não participassem dessa comemoração ou que
fossem constrangidos por outros alunos por não poderem participar.
4.7. Relação de gênero em sala de aula
No que diz respeito à forma de expressão
das meninas e meninos ou significados de gênero presentes no cotidiano da sala
de aula estudada, eu diria que são muito complexos e variados, mas o que predomina
é uma visão de masculinidade expressa através da violência (muito presente no
bairro em que a escola está inserida) e completamente em oposição a uma
feminilidade hegemônica onde a mulher é vista como ligada à sensibilidade,
delicadeza, discrição, fragilidade, sensualidade ou ao cuidado.
Apesar
de a escola ter como um de seus princípios a coeducação, há a tendência em
separar meninos e meninas ou a “encaixar” os meninos e as meninas em certos
padrões considerados adequados para cada sexo.
Muitas
falas da professora Teresa em diferentes situações da sala de aula reforçavam
esses padrões como em uma situação onde ela falava sobre bom comportamento e
citou como exemplo uma aluna, dizendo: “a Franciele é boazinha, calma e boa
para a professora”.
Em
uma situação onde duas alunas trocavam bilhetes, a professora os rasgou e
disse: “Está vendo meninas, por isso que vocês não aprendem matemática, só
sabem tagarelar!”.
Outras
vezes, a professora tentava “encaixar” meninos e meninas em comportamentos
considerados adequados para cada sexo como em um dia onde um aluno jogava papel
nos outros e ela disse: “Luís, você é um homem, se comporte como tal!” ou
dirigindo-se a uma menina sentada com as pernas abertas: “Senta direitinho,
isso não é modo de uma menina sentar”.
Em
uma ocasião onde a professora contava a mim sobre um passeio pelas ruas do
bairro, onde encontraram um cachorro quase morto com um pano amarrado no
pescoço, disse: “as professoras todas medrosas e as meninas também, nem
chegaram perto”.
Mas
aí o Bruno todo corajoso tirou a faixa do cachorro. Precisa ver a coragem dele,
todo mundo elogiou”.
Na
primeira situação descrita acima, a professora Teresa associa a aluna a
características como “boazinha, calma, boa” e ainda tenta demonstrar em sua
fala que essas são as características ideais a todos/as os/as alunos/as.
Em
nossa sociedade, essas características têm sido associadas ao feminino e é um
dos modelos de comportamento do/a bom/a aluno/a.
Comportamentos
que deveriam ser discutidos no grupo entre meninas e meninos como o caso do
menino que estava jogando papel nos outros, são vistos como inadequados para um
homem, assim como foi chamada a atenção da menina não apenas por não estar
sentada corretamente, mas por não estar sentada como uma menina deveria estar.
A
situação da menina que conversava também segue esse padrão: além da professora
chamar a atenção pela conversa (questão que deveria ser tratada no grupo
também), ela ainda reforça o estereótipo de que as meninas têm naturalmente uma
tendência de não ser tão boa em matemática.
No
relato da professora sobre o passeio pelas ruas do bairro, sua fala reforça
estereótipos quanto a meninos corajosos e meninas medrosas.
A
professora sempre referia à classe no masculino e nunca falava na participação
dos pais das crianças, sempre se referia às mães: “A tarefa de casa é com a
ajuda da mãe” e “quem estiver de reforço, a mãe ou a vizinha terá que vir aqui segunda-feira
conversar com a coordenadora”.
Essa situação informa implicitamente que é a
mulher, a mãe que deve “cuidar” das crianças, a imagem do pai estava sempre
associada ao provedor, ao homem que trabalha fora de casa e não tem tempo para
cuidar dos/as filhos/as.
Outra
situação que chamou atenção foi o dia em que a professora estava explicando que
“desde 1.800, o homem já se preocupava com o meio ambiente” e foi surpreendida
quando uma aluna indagou: “e a mulher, não se preocupava?”.
A
escola convive com diferentes masculinidades e feminilidades ao mesmo tempo em
que uma visão bipolar e universalista tenta impor-se. Faz-se necessário
investigar sistematicamente quais são os significados masculinos e femininos
que aparecem na instituição escolar, como eles aparecem e de que forma
influenciam a construção das relações de gênero entre as crianças.
É
por acreditar na capacidade de intervenção e na mudança que a dinâmica social
permite é que proponho a discussão do assunto a fim de que percebamos que
apesar das armadilhas que o cotidiano possa nos apresentar, é através do
desvendar dessas armadilhas é que poderemos transformar.
4.8. Importância de um trabalho Educativo
De
fato é importante este tipo de trabalho na escola no sentido de possibilitar a
reflexão sobre o valor da igualdade manifestando-se contra as formas de
discriminação mostrando que essas atitudes são primordiais aos educadores que
buscam realizar a tarefa de ensinar com responsabilidade.
É
imprescindível oportunizar os espaços de estudo sobre os valores étnico-raciais
na escola para assegurar os valores humanos e assim contribuir para uma
sociedade mais igualitária sem preconceito no seio dos estudantes nesta etapa
da escolaridade e de todos os que compõem a educação.
Aparentemente,
as consequências destas atitudes racistas na vida de milhões de crianças e
jovens brasileiros possibilitam um estado de angústia silenciada dentro das
Escolas.
A
Lei 10.639/2003 que altera a LDB 9.394/96, "para incluir no currículo
oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura
afro-brasileira" e para influenciar a elaboração das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais.
O
ensino de História e cultura afro-brasileira e africana (CNE, 2004), foi um
grande avanço, no entanto, quase nada foi realizado para materializar estas
propostas, as condições materiais das escolas, a formação dos professores ainda
continuam insuficientes para oferecer educação de qualidade para todos, assim
como o reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos
descendentes de africanos (BRASIL, 1998).
É
primordial, portanto, que na primeira etapa da educação básica, definida pela
Lei de Diretrizes e Bases (LDB n. 9.394/96), que os educadores proporcionem aos
estudantes atividades que desenvolvam suas potencialidades no aspecto
cognitivo, afetivo, psicomotor e social.
Vale
destacar nesse processo a necessidade emergente e urgente de diretrizes para
uma sólida formação do profissional da educação tendo como enfoque, as relações
étnico-raciais.
Sob
essa perspectiva busca-se compreender se no processo educativo escolar o estudo
sobre a construção de identidades desses estudantes vem construindo caminhos
para uma sociedade que reconheça e valorize o negro e supere as práticas de
exclusão social estabelecida.
Frente
a essa realidade não há como não considerar que o racismo é um mal que
atravessa os âmbitos das relações pessoais e ganha corpo nas instituições
sociais.
É
preciso ter orgulho de ser negro. Segundo Ortiz (2003), só através de uma
releitura dos elementos que compõem as culturas negras no Brasil é que
poderemos tentar um meio, um aprofundamento pedagógico, que nos encaminhe para
uma pedagogia genuinamente brasileira, capaz de resgatar para todos os
brasileiros uma cultura nossa, considerada até agora marginal, mas que responde
pela identidade cultural do país, estando presente em todos os setores da
sociedade.
Faz-se necessário que as escolas e seus
profissionais promovam um amplo movimento, tendo como horizonte a discussão e
redimensionamento dos currículos, dos materiais pedagógicos com relação às
etnias, a comunidade negra incluindo, ainda nas manifestações escolares, nas
discussões a comunidade negra e as diversidades culturais e, principalmente, as
questões referentes aos mesmos deveres e direitos garantidos pelo Constituição
Federal de 1988.
Professores
e demais profissionais educacionais que circundam a pré-escola, com o intuito
de educar na diversidade, devem oferecer oportunidade para que as crianças
façam sua interpretação do mundo.
Por
isso, as salas de aula de Ensino Fundamental devem ser de fato um ambiente
prazeroso, onde são oferecidos estudos, trabalhados e todos os tipos de
materiais para que, através da observação, comparação, classificação e
reflexão, os estudantes possam descobrir a importância da cultura, das
manifestações artísticas, das crenças, rituais afro-brasileiras, procurando se
apropriar delas, e assim, construir conhecimentos históricos importantes para a
própria luta social.
5.
CONCLUSÃO
A
educação pode ser uma via de combate à discriminação. Isso pode ser manifestado
por intermédio de gestos, comportamentos e palavras muitas vezes explícitas ou
não, que de certo modo, afastam e condenam grupos sociais.
O
desafio da escola é pela formação e disseminação da cidadania e inclusão em
primeira ordem, e que seja desenvolvido outras formas de relação social, por
meio de interação de trabalho educativo escolar e das questões sociais,
posicionando-se crítica diante delas.
Embora
saibamos que seja impossível uma escola igual para todos, acreditamos que seja
possível a construção de uma escola que reconheça que os alunos são diferentes,
que possuem uma cultura diversa e que repense o currículo, a partir da
realidade existente dentro de uma lógica de igualdade e de direitos sociais.
6.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PLT – Multiculturalismo
PCNs – volume
10.1 Pluralidade Cultural/ Orientação Sexual
CAMPOS, Carmem Lucia, CARNEIRO, Sueli, VILHENA,
Vera, A Cor do Preconceito. Ática, 2007
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Desafio-1-Pluralidade-Cultural-e-Multiculturalismo/70814.html
Principais
ideias defendidas pelos autores: MOREIRA, Antonio F.B.: CANDAU, Vera Maria.
Multiculturalismo, 1ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
Gênero trata-se de um
conceito complexo construindo historicamente a partir dos estudos feminista.
Pensar em gênero corresponde a pensar num conjunto de significado e construção
sócios culturais realizados da percepção das diferenças entre sexos.
É também eles que
resultam em papéis, valores e regras de conduta que são transmitidas as novas
gerações de socialização. As questões de
gênero perpassem toda a esfera da sociedade e desta forma chegam também a
escola.
Discutir as relações
de gênero no ambiente escolar é fundamental importância quando se pensa em
construir uma educação democrática que possibilita a todos os seus agentes,
igualdades de condições e de oportunidades.
Com relação ao papel
da escola, Louro (2001) argumenta que é formadora de diferença e desigualdade.
O fato da escola não
ser acessível a todos, diferencia os que estão dentro e os que estão fora dela.
Os que têm acesso à
escola reproduz ainda diferença de gênero, padrões de comportamento distintos
para meninas e meninos. Segundo Carvalho, “a desigualdade sexual e iniquidade
de gênero se manifestam em muitos aspectos das relações escolares”.
Essa manifestação
depende dos professores e professoras que representam homens e mulheres, nos
materiais didáticos ate as reações do poder na escola.
Ao impor modelos de
comportamentos diferentes para meninos e meninas a escola pode influenciar nas
escolhas profissionais dos mesmos.
Por exemplo, a mulher
é sempre vista como ser frágil, que nasceu para se mãe, está ligada com
ocupações que exigem maior organização como (professora, enfermeira,
secretária, doméstica, cuidar de criança, etc.).
Dessa forma, a função da mulher nesta visão, é
cuidar da família e os homens ocupam tarefa que exigem maior força e habilidade
física, exemplo: como pedreiro motorista etc.
Apesar do aumento da participação é das
mulheres no mercado de trabalho ainda permanecer visões estereotipadas a
respeito da característica e capacidade do diferente gênero e da desvalorização
do papel da mulher.
Desde cedo no
processo socialização à rotina dos meninos e meninas vai sendo marcada por
diferenças que perpassam suas atividades.
As meninas já começam ajudarem nas tarefas
domesticas, são incentivadas a cuidarem de suas bonecas como se fosse bebê, faz
comidinha, brincar de casinha que requerem silêncio e submissão, brincadeiras
que exploram habilidade e cuidado, é voltada para o lar, ou seja, para a esfera
privada.
Os meninos são
incentivados a brincar de carrinho, empinar pipa, jogar vídeo games, praticar
esportes coletivos jogar futebol, em fim são brincadeiras que eles exploram
suas habilidades físicas e raciocínio a se posicionarem, está voltado para a
rua isto é para esfera pública.
Em resumo meninos e
meninas são socializados de forma diferenciada e é normal, pois, quando adultos
tenham posturas, ações e reações distintas.
É importante
ressaltar que a escola não é única responsável pela formação de meninos e
meninas, outra instituição como a família, também contribuem na constituição
das identidades dos mesmos.
Homens e mulheres são reflexos do que foi
ensinado na escola, na família e na sociedade em geral. Carvalho (2001) e
Cavalcanti (2003) têm estudado forma de gênero como são tratados pelos
professores e professoras e as expectativas deles em relação aos alunos e
alunas.
Os professores e
professoras têm expectativas diferenciadas com relação ao comportamento e aprendizagem
de meninos e meninas e é comum no cotidiano escolar percebemos a existência de
alguns estereótipos relacionados aos gêneros, que se manifestam em relação ás
expectativas de desempenho escolar; as meninas tendam a serem vistas como mais
caprichosas e submissas. Seu silêncio e falta de participação nas aulas, são
vistos como características positivas e existe expectativa de melhor desempenho
escolar.
Já os meninos tendem
a ser mais percebidos como mais agitados, indisciplinados, descuidados e
expansivos por tanto, a probabilidade de sucesso escolar é menor.
Por outro lado os
estereótipos em relação ao comportamento geram expectativas de que as meninas
sejam mais passivas, compreensivas, capazes de cuidar dos outros enquanto os
meninos sejam dinâmicos, destemidos e criativos.
Isto faz com que, na
divisão de tarefas rotineiras e atividades no ambiente escolar, as meninas
sejam destinadas atividades relacionadas à organização da sala de aula, e aos
meninos sejam destinadas atividades e brincadeiras mais dinâmicas, que envolvam
habilidade física.
Considerando que os
valores e atitudes começam a ser construídos desde cedo pelas crianças através
de suas vivências, a escola como espaço de formação deve oferecer um trabalho
educativo que proporcione aos alunos, exemplos e oportunidades de convivência,
experiência e reflexões que possibilitem o desenvolvimento de sua
potencialidade e de atitudes menos estereotipadas e que estimule a curiosidade
e a igualdade de oportunidades entre os gêneros.
Ensinar formas de
comportamentos distintos e cobrar das meninas e meninos atitudes
correspondente, é natural que haja uma separação entre eles no ambiente
escolar, sendo importante que professores observam isso e busquem a interação
entre todos os alunos e alunas, independente do gênero, para que aprendam a
respeitar as diferenças e diminui a desigualdade entre os gêneros.
Quanto ao
conhecimento, meninas e meninos podem estar abaixo da média, são desvios, mas
seu desempenho são classificado e hierarquizado de diferente forma.
O fracasso ou baixo
rendimento dos meninos é explicado seu comportamento, desatento, inseguro,
desinteressado, distraído são naturalmente dotados de uma agitação que não
conseguem controlar.
É por isso que eles
teriam uma maior dificuldade de adaptação na escola. Já as meninas, o bom
desempenho é associado à feminilidade passiva, que são justificadas por seu
maior interesse, atenção e esforço, a capacidade de adaptação na escola é bem
maior.
Assim sendo, os
meninos e as meninas vão construindo na escola uma identidade do que é ser
homem ou do que ser mulher, adquirindo normas que os diferenciem.
Ilustrações que evidenciam as diferenças de
tratamento entre os gêneros, discutindo os estereótipos mais presentes.
“A importância de um trabalho educativo que
perpasse toda a prática pedagógica, voltado para a superação dos preconceitos”
Os
estereótipos de gênero começam já no dentro do útero e, quando os pais escolhem
o brinquedo, a decoração do quarto e as roupas do bebê, etc.
Mas é na
escola na sala de aula que as crianças aprendem detalhes que ajudam a perpetuar
essa visão bipolar do mundo.
Como
separação de meninos e meninas em filas, nas aulas de educação física, onde
meninos e meninas são separados e praticam diferentes esportes, no dia a dia da
sala de aula quando atividades supostamente femininas são separadas para as
meninas.
Na
educação infantil, quando os brinquedos são separados, por gêneros: bonecas
para as meninas, carrinhos para os meninos, cor azul para meninos e rosa para
meninas.
Essa visão bipolar ainda está muito forte até
nas brincadeiras, onde jogar bola, empinar pipas, jogar games são para meninos
e as meninas brincam de bonecas, casinha, amarelinha, entre outras.
As meninas tendem a serem vistas
como mais “caprichosas”, mais concentradas e mais dedicadas. Seu silêncio e
falta de participação nas aulas são vistos como características positivas e
existe uma expectativa de melhor desempenho acadêmico.
Já os meninos tendem a ser
percebidos como mais agitados, pouco cuidadosos, indisciplinados, pouco
concentrados e por tanto, espera-se deles menor probabilidade de sucesso
escolar.
Por outro lado, os estereótipos
em relação ao comportamento geram uma expectativa de que as meninas sejam mais
passivas, compreensivas, capazes de cuidar dos outros, enquanto os meninos
sejam mais dinâmicos, destemidos e criativos.
Isso faz com que, na divisão de tarefas
rotineiras e atividades no ambiente escolar, às meninas sejam destinadas
atividades relacionadas à organização da sala, arrumação e brincadeiras mais
intelectuais, concentradas ( jogos, casinha, etc), e aos meninos sejam destinadas
atividades e brincadeiras mais dinâmicas, que envolvam destreza física.
Houve mudanças nos costumes, mas as crianças ainda são tratadas
como se isso fosse definir a sua sexualidade.
Em países em que a figura da mulher e do homem
é igual, ambos aprendem a cozinhar, cuidar de bebê, bordar, etc.
As políticas educacionais trazem essa questão
na teoria, mas, embora haja um avanço, falta muito em termos práticos.
Há
escolas que se preocupam com a igualdade de gêneros e adotam políticas, mas há
pais que não entendem.
Se a
professora lê um livro sobre as fadas e princesas os meninos dizem que não é leitura
de menino, pois aprendeu dentro do âmbito familiar.
Se o
menino não pode segurar uma boneca, então será educado a não ter uma aproximação
maior com os filhos.
No passado,
era assim a vida toda, hoje o menino é separado de tudo e na vida adulta é
cobrado. Começa na educação infantil e o adulto continua a reproduzir isso.
No
conteúdo das escolas, a questão da igualdade entre os sexos deve ser mais
abordada,
considerando que os valores e atitudes começam a ser construídos desde cedo
pelas crianças através de suas vivências.
A escola como espaço de formação
deve oferecer um trabalho educativo que proporcione aos alunos exemplos e
oportunidades de convivência, experiências e reflexões que possibilitem o
desenvolvimento de suas potencialidades e de atitudes menos estereotipadas e
que estimule sua curiosidade e a igualdade e oportunidades entre os gêneros.
Isso pode ser feito através do
incentivo à participação integrada dos alunos em todos os tipos de atividades,
da mudança de rotinas, jogos e brincadeiras, da discussão das diferenças e
preconceitos, e da discussão das perspectivas e projetos de futuro.
Etapa 4 – Identidades culturais e escola: conflitos
e possibilidade.
Estamos vivendo um
período de grandes transformações em que algumas reações refletem alguns
momentos de insegurança, medo, desconfiança e conformismo, por outro lado,
procuramos cultivar no nosso cotidiano a esperança e a criatividade, buscando
assim construir um mundo diferente, mais humano que nos possibilite a
convivência com a diversidade cultural presentes em nossas vidas, no trabalho,
na escola, na família, na sociedade e no mundo.
Na América Latina
encontramos muitos projetos neoliberais de caráter dominante, onde são causadas
reformas estruturais que acentuam ainda mais a marginalização e a exclusão.
As dimensões dos
nossos continentes estão sofrendo grandes abalos e os mais afetados são as
pessoas excluídas da sociedade, por fatores, sociais, discriminações etnias,
religião, opções sexuais, entre outros.
Convivemos com
essas classes todo tempo de nossas vidas, porém essas diferenças não são
valorizadas, reconhecidas e muitas vezes por preconceitos, pessoas de classes
que se diz superior, não interage com estas classes, subestimando suas
capacidades.
No entanto, no meio
destas contradições e conflitos o caráter multicultural vem crescendo, nos
diversos lugares de nosso país.
Desde o princípio
da nossa história sabemos que a miscigenação é um dos traços de nossa formação
histórico-cultural, que os povos originários e os afro-americanos são
testemunhas do massacre realizadas ao longo da história do nosso país.
Discutir a
diversidade cultural significa compreendê-la, levando em conta seu dinamismo
vivido por homens e mulheres, trabalhadores, negros e brancos, adultos e adolescentes, enfim, alunos e professores, seres humanos
concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes na história.
Portanto
podemos afirmar que a perspectiva intercultural em educação não pode ser vista
e pensada sem os problemas sociais e políticos, onde relações culturais e
étnicas se confrontam por relações de poder.
Nesse
sentido na década dos anos 50, os movimentos de educação popular tiveram uma
grande importância ao promover processos educativos, tendo como ponto de
partida os componentes culturais dos diversos grupos sociais.
No entanto, sabemos que promover uma educação
intercultural não se restringe a determinadas populações específicas, como se
somente a elas fosse exigido o esforço de reconhecimento e valorização das
diferentes culturas da sua origem.
Hoje a
educação intercultural é considerada como um princípio orientador, teórica e
participante, dos sistemas educacionais na globalidade.
Podemos
observar em livros, meios de comunicações, filmes, revistas, e chegar a
conclusão de algumas características humanas por representações legítimas e
naturais de como ser humano. Ex.: homens, brancos, padrão euro-norte-americano,
de vestir e agir (TRINDADE, 2000,p11).
Sendo
assim, nossa sociedade tem se preocupado bastante em construir uma educação com
qualidade para a totalidade da população.
Uma
escola que priorize um caráter democrático, onde a educação é um direito de
todos e dever do Estado e da família, que conceda a oportunidade de nela
ingressar, mas também de nela permanecer, aprender e sair com conhecimento que
os possibilitem viver na sociedade, participando efetivamente da construção de
uma sociedade humanitária, solidária, cidadã.
A
diversidade real dos alunos se reduz a diferenças aprendidas na construção de
conhecimentos deturpados pelo passar dos anos, bom ou mau aluno, esforçado ou
preguiçoso. Também no comportamento, bom ou mau aluno, obediente ou rebelde, disciplinado
ou indisciplinado.
Nesse
processo, coloca em cena a questão das chamadas “minorias”, mulheres, negros,
homossexuais, entre outros, e o debate sobre o respeito entre ás diferenças.
Diferentes
análises, sobre os mais diversos enfoques teóricos, revelam o fracasso desse
modelo de escola, cujo discurso da igualdade só vem consagrar a exclusão e a
desigualdade das origens sociais dos alunos.
Diante
dessas questões verificamos a importância de um trabalho pedagógico voltado
para a superação dos preconceitos, nesse sentido, é preciso superar a concepção
da escola somente como espaço de instrução e direcioná-la como espaço amplo de
formação humana, onde os alunos possam ter acesso a elementos culturais e
habilidades que contribuam para uma formação integral como seres humanos, e na
construção de identidades positivas.
Temos
percebido que quando esses valores são rompidos ou não são transmitidos às
novas gerações, instala-se a violência, tornando inviável a vida social,
política e cultural.
Também é
necessário repensar na articulação da experiência que a escola oferece para os
alunos. Deve-se pensar também na estrutura do projeto político pedagógico,
sendo reordenado, colocando o aluno como centro do processo educativo,
incentivando-o a refletir, sobre si mesmo, suas experiências, sua identidade e
sua história.
Precisamos
e devemos criar práticas pedagógicas que nos possibilite ter a sensibilidade
pela valorização das relações entre educação e culturas, que fazem crescer
entre nós a contribuição para um crescimento político-social e cultural, tendo
em vista uma melhora na educação brasileira, apesar das dificuldades e
contradições na busca no qual a sociedade passa no momento.
A
educação brasileira precisa trabalhar com práticas pedagógicas que busquem a
superação dos preconceitos, podendo utilizar como meio, as danças de origem
afrodescendentes, que são belíssimas, com o colorido que embelezam os negros.
Como
também por meio de teatro, das histórias e da poesia, atividades que venham
aproximar as classes sócias, e que suas diferenças venham atribuir no
conhecimento do grupo.
Usando
uma pedagogia libertadora que tenha uma estratégia rica e diversificada,
oferecendo inclusões sociais para aqueles que foram excluídos da sociedade.
Pensar na
escola dentro de uma única lógica acaba por segregar, e excluir, além de apagar
a nossa identidade cultural, não contribuindo para um aprendizado para aqueles
alunos com problemas.
Podendo-se,
usar uma estratégia pedagógica, em que haja a interação das diversas classes,
culturais, religiões e etnias, através de um projeto que haja o desenvolvimento
e a dependência de cada um, das diversas classes citadas.
Tendo a
necessidade de coletar dados de cada sociedade para que o projeto seja
finalizado.
Com o
intuito de aproximar, unir e acabar de vez com as diversidades sociais e o
preconceito dentro do ambiente escolar.
REFERÊNCIAS
Bibliografias:
LAURA ANTUNES / O GLOBO / MAR-2004.
(http://www.brasilescola.com/psicologia/reportagem.htm)
Referência da Internet:
http://letras-equipe5.blogspot.com/2010/05/distincao-entre-pluralidade-cultural-e.html
http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro101.pdf
http://meuartigo.brasilescola.com/sociologia/as-diferencas-culturais-sociais.htm
http://preconceitocultural.spaceblog.com.br/
(http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/nao-ao-preconceito-422890.shtml)
Bibliografias:
Qualidade Educacional- temas transversais- SENAI- Mauri L. Heerdt
Diversidade na Educação: Como indicar as diferenças? – 228 p.: II, - (Coleção Educação para todos, série avaliação; n.8, v.25)
Conceitos de gênero, etnia e raça; reflexões sobre a diversidade cultural na educação escolar- Juliana Keller nogueira, Delton aparecido Felipe, Teresa kazuko teruya (UEM)
Referências da Internet:
http://www.notapositiva.com/trab_estudantes/trab_estudantes/filosofia/filosofia_trabalhos/racismoxenofobia.htm
http://adpauamarelo.blogspot.com.br/2012/04/19-de-abril-dia-do-indio-brasileiro.html
http://websmed.portoalegre.rs.gov.br/escolas/martim/jogos_potatoes/folclore/index_folclore.htm
http://www.brasilescola.com/historiab/a-chegada-dos-imigrantes.htm
(http://familiainstitucionalhq.blogspot.com.br/2011/04/igualdade-e-diferenca.html).
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(http://www.brasilescola.com/psicologia/reportagem.htm)
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Bibliografias:
PLT - Multiculturalismo MOREIRA, Antonio F. B.; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
PLT - Multiculturalismo MOREIRA, Antonio F. B.; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.
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