terça-feira, 22 de março de 2016

ATPS EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE

SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO   
2. ETAPA1: Desafios para a prática pedagógica. Uma nova leitura das relações entre   educação e cultura.
2.1. Pluralidade Cultural
2.2. Multiculturalismo           
2.3. Direitos Humanos e Pluralidade Cultural: diferenças culturais
2.4. Diversidade Cultural
3. ETAPA 2 – Desafios pedagógicos para a prática pedagógica. As diferentes abordagens do multiculturalismo.
3.1. Estereótipos
3.2.  Estereótipos na sociedade
4.  Situações do cotidiano da prática escolar           
4.1.  Situação 1          
4.2.  Situação 2          
4.3.  Situação 3          
4.4.  Situação 4          
4.5.  Situação 5          
4.6.  Situação 6          
4.7. Relação de gênero em sala de aula        
4.8. Importância de um trabalho educativo  
5. CONCLUSÃO     
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
7. ETAPA 3 e 4/ Referências Bibliográficas
1. INTRODUÇÃO

Não nascemos prontos para a vida, precisamos de cuidados, ensinamentos e orientações para que nos tornemos humanos, é através do convívio com outras pessoas e culturas que formamos nossa personalidade, nossos planos de vida, sentimentos e desejos. 
Toda cultura cria modo de viver coletivamente, de organizar-se politicamente e se relacionar com o meio em que vive. Todos os povos desenvolvem linguagens, aptidões artísticas e religiosas, valores morais, vestuários etc.
 A pluralidade cultural é um acúmulo de experiências humanas e que é patrimônio de todos, pois enriquece nossas vidas e nos ensina diferentes maneiras de conviver socialmente criando o nosso futuro.




2. Pluralidade Cultural e Multiculturalismo
Figura 1
Representação da pluralidade de cultura

2.1.O que é a Pluralidade Cultural? 
Pluralidade cultural é a existência de várias culturas.  Pode ser a pluralidade de religião (católicos, protestantes, islâmicos, entre outros), de nacionalidade (japoneses, italianos, brasileiros, entre outros) ou de cor (brancos, negros, mulatos, amarelos, vermelhos). 
É a pluralidade cultural que faz do mundo um lugar rico.  Primeiro o que é a cultura?   São as tradições, os costumes, os valores, as crenças, a educação, enfim, tudo que é criado pelo homem.  
Mas não é preciso ir longe para perceber esta pluralidade. Basta ir ao bairro Bexiga, (tradicional bairro de imigrantes italianos), ou ao bairro da Liberdade.   A pluralidade cultural é muito presente em nosso dia-a-dia, é a pluralidade que torna cada ser único e diferente.  
O tema da Pluralidade Cultural busca contribuir para a construção da cidadania na sociedade pluriétnica e pluricultural.
Tendo esse objetivo maior em vista, devemos: Conhecer a diversidade do patrimônio étno-cultural brasileiro, tendo atitude de respeito para com as pessoas e grupos que as compõem, reconhecendo a diversidade cultural como um direito dos povos e dos indivíduos e elemento de fortalecimento da democracia.
Devemos valorizar as diversas culturas presentes na constituição do Brasil como nação, reconhecendo sua contribuição no processo de constituição da identidade brasileira; reconhecer as qualidades da própria cultura, valorando-as criticamente, enriquecendo a vivência de cidadania; desenvolver uma atitude de empatia e solidariedade para com aqueles que sofrem discriminação; repudiar toda discriminação baseada em diferenças de raça/etnia, classe social, crença religiosa, sexo e outras características individuais ou sociais; exigir respeito para si, denunciando qualquer atitude de discriminação que sofra, ou qualquer violação dos direitos de criança e cidadão assim como valorizar o convívio pacífico e criativo.

2.2. Multiculturalismo
Figura 2
Representação do multiculturalismo

O Multiculturalismo é um termo que descreve a existência de muitas culturas numa localidade, cidade ou país, com no mínimo uma predominante.
Sociedade composta por uma massa bastante heterogênea de culturas, com diferentes costumes, tradições, particularidades regionais acentuadas, diferentes etnias, diferentes religiões, diferentes línguas oficiais, aonde cada cultura chega mesmo a subdividir-se, por vezes, em diversas subculturas, desenvolvem um conjunto de liberdades individuais que possibilitam essa variedade cultural, etc.
O Canadá e a Austrália são exemplos de multiculturalismo; porém, alguns países europeus advogam discretamente a adoção de uma política multiculturalista. Em contraponto ao multiculturalismo, podemos constatar a existências de outras políticas culturais seguidas, como, por exemplo, o monoculturalismo vigente na maioria das vezes dos países do mundo e ligada intimamente ao nacionalismo.
 Pretende a assimilação dos imigrantes e da cultura nos países de acolhimento. A política multiculturalista visa resistir à homogeneidade cultural, principalmente quando esta homogeneidade é considera única e legítima, submetendo outras culturas a particularismo e dependência.
As doutrinas multiculturalistas reconhecem a vulnerabilidade das chamadas minorias sociais (negros, índios, mulheres, homossexuais, etc.) e buscam incentivar, proteger, respaldar e legalizar movimentos que lutam contra a homogeneização das sociedades, através de esclarecimento público sobre excluídos e discriminados, mostrando-os como fator de enriquecimento cultural.

2.3.  Direitos Humanos e Pluralidade Cultural: diferenças culturais
Discutir o tema Direitos Humanos e Pluralidade Cultural significa destacar o porquê de nós, humanos, embora sejamos uma única espécie biológica, desenvolvemos modos de vida tão diferentes e conflitantes?
A pluralidade cultural indica um acúmulo das experiências e das conquistas humanas que é patrimônio de todos nós.
No entanto, nem todas as diferenças são positivas. Quando elas se transformam em desigualdades precisam ser encaradas criticamente.
A desigualdade no acesso aos meios para organizar a própria vida compromete a plena existência da pluralidade cultural.
Assim, a autêntica afirmação da pluralidade cultural é inseparável das lutas pela extensão dos direitos humanos a todos e pela construção de relações cidadãs e democráticas.
A defesa da diversidade cultural é um imperativo ético, inseparável do respeito à dignidade humana.
 Em um conceito abrangente elas estão por todos os lados, o pior é que a sociedade e o governo trabalham lentamente, quase parados.   O que escrevemos em protestos hoje é escrito desta forma, pois fecham os olhos e renegam nossos direito omitindo a lei!
Há certo desamparo aos menos favorecidos, muitas pessoas não aprenderam a conviver com as diferenças sociais, sejam elas culturais ou econômicas, ser sensato sempre será o melhor jeitinho de entender os principais conceitos da igualdade, pois são as diferenças que mostram o descaso e o valor da igualdade.  
Respeitar conceitos éticos é de extrema importância quando se quer entender as diferenças multiculturais deste país, o que pende? Que rasuremos o texto e abandone a antiga visão de igualdade socioeconômica, querem que desista de muitas lutas travadas e lacradas com muito sangue e sofrimento desde o tempo da escravidão.
Ainda somos escravos sim! Escravos de uma imaginação sem posição ou razão de existir, acham que o mundo e imperfeito, podes tu pensar que há contradições em meu pensar, não troque o que acha pelo que sente, não vamos rasurar a realidade de uma razão sem esperanças de liberdade cultural, mesmo preso somo libertos por nossos desejos oculto, somos sublimes sonhadores somos belos somo diferentes, divergente.
No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros.  Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: Físicos ou sociais.
Constatamos isso em nossa sociedade, pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeadas de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias enquanto outro não sequer o que comer durante o dia.
Por isso vemos que existe a desigualdade social, ela assume feições distintas porque são constituídas de um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturais próprios de cada sociedade.
2.4.  Diversidade Cultural
O Brasil tem uma notável diversidade criativa. Diversidade cultural pode ter um papel central no desenvolvimento de projetos culturais no país, especialmente com ênfase nos indígenas e afrodescendentes.  
Áreas como o artesanato tradicional, pequenas manufaturas, moda e design são estratégicas para o país, em vista de sua potencialidade em termos de melhoria das condições de vida das populações mais pobres.
Elas podem trazer empoderamento individual e contribuir com a redução da pobreza.   Ao tentar enfrentar seu problema mais urgente – a desigualdade social – o país vem descobrindo a forte influência da cultura para a configuração dessa realidade, bem como seu potencial de transformação social do cenário atual.  
Falta ainda uma abordagem cultural mais profunda com relação aos povos indígenas e aos afrodescendentes.
Estes dois grupos de minoria apresentam os piores indicadores sociais do país, mas que apenas nos últimos anos passaram a ser alvo de políticas sociais específicas. 
É preciso fazer mais para se preservar tradições e línguas indígenas ameaçadas de desaparecimento, conhecimento tradicional indígena sobre a natureza, terras indígenas.
Há conflitos a respeito da expansão a fronteira agrícola e os investimentos em infraestrutura, afirmação dos direitos dos povos indígenas, influência da cultura africana na cultura e história do Brasil.
A diversidade cultural refere-se aos diferentes costumes de uma sociedade, entre os quais podemos citar: vestimenta, culinária, manifestações religiosas, tradições, entre outros aspectos.
O Brasil, por conter um extenso território, apresenta diferenças climáticas, econômicas, sociais e culturais entre as suas regiões.
Os principais disseminadores da cultura brasileira são os colonizadores europeus, a população indígena e os escravos africanos. Posteriormente, os imigrantes italianos, japoneses, alemães, poloneses, árabes, entre outros, contribuíram para a pluralidade cultural do Brasil.



3. Etapa – 2   Desafios para a prática pedagógica. As diferentes abordagens do    multiculturalismo.
3.1. Passo 1 – Estereótipos
Um Estereótipo é a imagem preconcebida de determinada pessoa, coisa ou situação. São usados principalmente para definir e limitar pessoas ou grupo de pessoas na sociedade.
Socialização: É a assimilação de hábitos característicos do seu grupo social, todo o processo através do qual um indivíduo se torna membro funcional de uma comunidade, assimilando a cultura que lhe é própria.
É um processo contínuo que nunca se dá por terminado, realizando-se através da comunicação, sendo inicialmente pela "imitação" para se tornar mais sociável.
Sua aceitação é ampla e culturalmente difundida no ocidente, sendo um grande motivador de preconceito e discriminação. 
É um conceito infundado sobre um determinado grupo social, atribuindo a todos os seres desse grupo uma característica, frequentemente depreciativa; modelo irrefletido, imagem preconcebida e sem fundamento “um estereótipo é uma generalização: não pode ser verdadeira para todos os membros de um grupo”, - J.Gahagan.

3.2. Estereótipos na sociedade
Estereótipos raciais e étnicos são estereótipos direcionados a diferentes etnias e raças.
Nesta categoria existem muitos estereótipos preconceituosos como aqueles que dizem “os colombianos são traficantes”, “os muçulmanos são terroristas”, “os índios são violentos”, “todos os alemães são prepotentes”, e outros menos impactantes como “angolanos são os melhores corredores do mundo”, “os negros são melhores no basquete”.
Neste tipo de estereótipo ainda incluem aqueles relacionados ao racismo que é o tipo de preconceito mais frequente no nosso país, e que se baseia na discriminação de indivíduos que possuem uma raça diferente da pessoa que julga.
Estereótipos de gênero são frequentemente definidos como o conjunto de crenças estruturadas acerca dos comportamentos e características particulares do homem e da mulher.
Funcionam como esquemas cognitivos que controlam o tratamento da informação recebida e a sua organização, a interpretação que se faz dela e os comportamentos a adotar.
Podem ser divididos em dois tipos: os estereótipos de papéis de gênero, que dizem respeito às crenças relativas às atividades adequadas a homens ou a mulheres; os estereótipos de traços de gênero, que remetem para as características psicológicas atribuídas distintamente a cada um dos gêneros. 
E, não se esqueça de que o problema não está no cabelo, está na cabeça, Nem todas são doutoras.  Há muitas Loiras burras de cabelo preto e castanho por ai. E, Loiras burras morenas, ruivas, pretas, loiras burras carecas. 
Há também as loiras burras naturais, “cada loira burra é diferente.” Estereótipo socioeconómico são estereótipos relacionados com a questão financeira de cada indivíduo e de grupos de indivíduos.
Exemplos: “Os mendigos são mendigos por opção”, “os trabalhadores da construção civil são preguiçosos”, “as freiras são mesquinhas”, entre outros. 
Existem também estereótipos no meio profissional, direcionados a certas profissões, estereótipos em relação à opção sexual (gays, lésbicas e bissexuais), estereótipos no mundo da estética, e ainda aqueles muito comuns nas escolas como os “nerds”, que são alunos que se destacam pela sua inteligência e pelo seu jeito introvertido, etc. “O desafio é o de fugir a estereótipos, mas sem cair no estereótipo oposto, criando-se personagens que tenham densidade e com os quais a plateia e a sociedade possam identificar” Preconceito (prefixo pré e conceito) é um "juízo" preconcebido. 
"O preconceito é uma opinião sem julgamento.“ Voltaire “Preconceito é: o bom senso dos poucos inteligentes” Voltaire "Os preconceitos, meu amigo, são os reis do vulgo.“ Voltaire "Enquanto a cor da pele dos homens valer mais do que o brilho dos olhos, sempre haverá guerra." Manifestado geralmente na forma de uma atitude "discriminatória" perante pessoas, lugares ou tradições considerados diferentes ou "estranhos". Normalmente tem uma conotação negativa.
A Discriminação é qualquer distinção, exclusão ou restrição baseada na raça, cor descendência ou origem nacional ou étnica que tenha o propósito ou o efeito de anular ou prejudicar o reconhecimento, gozo ou exercício em pé de igualdade de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro domínio da vida pública.

4.  Situações do Cotidiano da Prática Escolar

4.1.  Situação – 1
      A situação observada em sala de aula é a de uma menina que se aproxima da professora e pede para ir ao banheiro. A professora autoriza e, olhando para o caderno, faz um elogio à mesma: “Essa menina é uma graça, quieta, comportada, o caderno dela dá gosto de ver”. 
Esta cena é uma representação fiel do comportamento esperado das meninas. A informação que a professora passa, é que essa aluna está correspondendo ao estereótipo previsto para seu sexo.
A menina “quieta e comportada” recebe um elogio por estar cumprindo a conduta desejada. 
Primeiramente, a professora tenta mostrar que meninos e meninas têm o mesmo comportamento e diz que ambos levantam do lugar e bagunçam. No entanto, ela acaba delineando as características de cada sexo e apresenta um perfil de menino e um de menina.
Ressalta que “é difícil o menino ser como a menina” porque, apesar das exceções, as meninas são mais delicadas para conversar, não falam com brutalidade; os meninos gostam de bagunçar mais, o que revela uma convicção desigual de condutas para cada sexo.
4.2.  Situação – 2
      Em uma sala de aula uma discussão entre dois alunos para saber se a outra criança que acabara de entrar naquela escola saberia falar a língua portuguesa, pois se tratava de uma criança aparentemente diferente (japonesa).
Foi então que uma das crianças solicitou a ajuda da professora para esclarecer a duvida: Aluna: “professora, estas crianças falam língua diferente da nossa, não é?”.  Professora: “Por que você acha que elas falam uma língua diferente da nossa?”.   Aluna: “Ora, porque ela é japonesa, pois tem o olho puxado, igual japonesa”.  Professora: “Mas, ela pode ser brasileira, filha de japonês e às vezes só sabe falar o português”. 
Aluna: “Então como é que eu posso saber?” Professora: “Não dá para saber só olhando. Assim como não dá para saber se uma pessoa é legal ou não apenas olhando de longe, tem que se aproximar conversar, trocar idéias, as aparências, às vezes engana. Entendeu?”.  Aluna: “Entendi.”
4.3.  Situação 3
      Havia em uma sala de aula, uma criança que sofria preconceito por ser negra, ela era humilhada pelos coleguinhas, pois, a sua cor era diferente de todas as outras da sala.
A criança não tinha mais vontade de frequentar as aulas por ser motivo de gozação e brincadeiras de mau gosto. 
A mãe preocupada com a filha, perguntou lhe o que estava acontecendo e a criança lhe falou. A atitude da mãe foi procurar a direção da escola, que por sua vez orientou a professora a abordar o tema de cultura, raça e religião na sala de aula, assim todas as crianças puderam entender que a cor não diferencia uns dos outros e que todos eram iguais independente de cor, raça ou religião.
4.4.  Situação – 4
      Em uma determinada sala de aula havia uma criança da região norte de nosso país, que falava com sotaque, e estava sendo motivo de brincadeiras irônicas.
A mãe da criança por reclamação do filho resolveu então procurar a direção da escola para solucionar o problema e foi atendida prontamente, a professora foi chamada pela diretora para receber orientações sobre como tratar esse caso e acabou ficando tudo bem.
Através desse caso podemos então entender que não podemos generalizar as pessoas, temos que respeitar as diferenças culturais, sociais, raciais e que não fique somente para os professores ensinar às crianças, mas a família também.
4.5.  Situação – 5
      Um nordestino em uma sala de aula é motivo de gozação, devido aos nomes diferentes que referem as coisas. Um exemplo disso é que para eles, a carne moída é chamada de “boi ralado”, o uniforme escolar é “fardinha” e assim por diante...
Para resolver essa diferença o professor mostrou aos alunos a rica cultura do nordeste, desde a comida muito rica, até suas vestimentas.  Assim fez também com outras regiões do Brasil.
4.6..  Situação – 6
      As muitas festas folclóricas existentes na sociedade devem ser mostradas aos alunos, Porém deve-se tomar muito cuidado ao passar isso aos alunos. 
Certa vez a escola resolveu festejar o carnaval como forma de mostrar que cada estado comemora de maneira diferente esta festa. Essa comemoração gerou certo desconforto em alguns pais evangélicos que ligaram essa festa a uma festa cristã (católica).
A direção da escola reuniu os pais de todas as classes que participariam da festa e mostrou que não existia nenhuma ligação com a Religião, mas sim uma demonstração das várias culturas (costumes) que existem em nosso país.
Evitou-se assim que os alunos evangélicos não participassem dessa comemoração ou que fossem constrangidos por outros alunos por não poderem participar.

4.7.  Relação de gênero em sala de aula
      No que diz respeito à forma de expressão das meninas e meninos ou significados de gênero presentes no cotidiano da sala de aula estudada, eu diria que são muito complexos e variados, mas o que predomina é uma visão de masculinidade expressa através da violência (muito presente no bairro em que a escola está inserida) e completamente em oposição a uma feminilidade hegemônica onde a mulher é vista como ligada à sensibilidade, delicadeza, discrição, fragilidade, sensualidade ou ao cuidado.
Apesar de a escola ter como um de seus princípios a coeducação, há a tendência em separar meninos e meninas ou a “encaixar” os meninos e as meninas em certos padrões considerados adequados para cada sexo.
Muitas falas da professora Teresa em diferentes situações da sala de aula reforçavam esses padrões como em uma situação onde ela falava sobre bom comportamento e citou como exemplo uma aluna, dizendo: “a Franciele é boazinha, calma e boa para a professora”.
Em uma situação onde duas alunas trocavam bilhetes, a professora os rasgou e disse: “Está vendo meninas, por isso que vocês não aprendem matemática, só sabem tagarelar!”.
Outras vezes, a professora tentava “encaixar” meninos e meninas em comportamentos considerados adequados para cada sexo como em um dia onde um aluno jogava papel nos outros e ela disse: “Luís, você é um homem, se comporte como tal!” ou dirigindo-se a uma menina sentada com as pernas abertas: “Senta direitinho, isso não é modo de uma menina sentar”.
Em uma ocasião onde a professora contava a mim sobre um passeio pelas ruas do bairro, onde encontraram um cachorro quase morto com um pano amarrado no pescoço, disse: “as professoras todas medrosas e as meninas também, nem chegaram perto”.
Mas aí o Bruno todo corajoso tirou a faixa do cachorro. Precisa ver a coragem dele, todo mundo elogiou”.
Na primeira situação descrita acima, a professora Teresa associa a aluna a características como “boazinha, calma, boa” e ainda tenta demonstrar em sua fala que essas são as características ideais a todos/as os/as alunos/as.
Em nossa sociedade, essas características têm sido associadas ao feminino e é um dos modelos de comportamento do/a bom/a aluno/a.
Comportamentos que deveriam ser discutidos no grupo entre meninas e meninos como o caso do menino que estava jogando papel nos outros, são vistos como inadequados para um homem, assim como foi chamada a atenção da menina não apenas por não estar sentada corretamente, mas por não estar sentada como uma menina deveria estar.
A situação da menina que conversava também segue esse padrão: além da professora chamar a atenção pela conversa (questão que deveria ser tratada no grupo também), ela ainda reforça o estereótipo de que as meninas têm naturalmente uma tendência de não ser tão boa em matemática.
No relato da professora sobre o passeio pelas ruas do bairro, sua fala reforça estereótipos quanto a meninos corajosos e meninas medrosas.
A professora sempre referia à classe no masculino e nunca falava na participação dos pais das crianças, sempre se referia às mães: “A tarefa de casa é com a ajuda da mãe” e “quem estiver de reforço, a mãe ou a vizinha terá que vir aqui segunda-feira conversar com a coordenadora”.
 Essa situação informa implicitamente que é a mulher, a mãe que deve “cuidar” das crianças, a imagem do pai estava sempre associada ao provedor, ao homem que trabalha fora de casa e não tem tempo para cuidar dos/as filhos/as.
Outra situação que chamou atenção foi o dia em que a professora estava explicando que “desde 1.800, o homem já se preocupava com o meio ambiente” e foi surpreendida quando uma aluna indagou: “e a mulher, não se preocupava?”.
A escola convive com diferentes masculinidades e feminilidades ao mesmo tempo em que uma visão bipolar e universalista tenta impor-se. Faz-se necessário investigar sistematicamente quais são os significados masculinos e femininos que aparecem na instituição escolar, como eles aparecem e de que forma influenciam a construção das relações de gênero entre as crianças.
É por acreditar na capacidade de intervenção e na mudança que a dinâmica social permite é que proponho a discussão do assunto a fim de que percebamos que apesar das armadilhas que o cotidiano possa nos apresentar, é através do desvendar dessas armadilhas é que poderemos transformar.

4.8.  Importância de um trabalho Educativo
            De fato é importante este tipo de trabalho na escola no sentido de possibilitar a reflexão sobre o valor da igualdade manifestando-se contra as formas de discriminação mostrando que essas atitudes são primordiais aos educadores que buscam realizar a tarefa de ensinar com responsabilidade.
É imprescindível oportunizar os espaços de estudo sobre os valores étnico-raciais na escola para assegurar os valores humanos e assim contribuir para uma sociedade mais igualitária sem preconceito no seio dos estudantes nesta etapa da escolaridade e de todos os que compõem a educação.
Aparentemente, as consequências destas atitudes racistas na vida de milhões de crianças e jovens brasileiros possibilitam um estado de angústia silenciada dentro das Escolas.
A Lei 10.639/2003 que altera a LDB 9.394/96, "para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura afro-brasileira" e para influenciar a elaboração das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-raciais.
O ensino de História e cultura afro-brasileira e africana (CNE, 2004), foi um grande avanço, no entanto, quase nada foi realizado para materializar estas propostas, as condições materiais das escolas, a formação dos professores ainda continuam insuficientes para oferecer educação de qualidade para todos, assim como o reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos descendentes de africanos (BRASIL, 1998).
É primordial, portanto, que na primeira etapa da educação básica, definida pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB n. 9.394/96), que os educadores proporcionem aos estudantes atividades que desenvolvam suas potencialidades no aspecto cognitivo, afetivo, psicomotor e social.
Vale destacar nesse processo a necessidade emergente e urgente de diretrizes para uma sólida formação do profissional da educação tendo como enfoque, as relações étnico-raciais.
Sob essa perspectiva busca-se compreender se no processo educativo escolar o estudo sobre a construção de identidades desses estudantes vem construindo caminhos para uma sociedade que reconheça e valorize o negro e supere as práticas de exclusão social estabelecida.
Frente a essa realidade não há como não considerar que o racismo é um mal que atravessa os âmbitos das relações pessoais e ganha corpo nas instituições sociais. 
É preciso ter orgulho de ser negro. Segundo Ortiz (2003), só através de uma releitura dos elementos que compõem as culturas negras no Brasil é que poderemos tentar um meio, um aprofundamento pedagógico, que nos encaminhe para uma pedagogia genuinamente brasileira, capaz de resgatar para todos os brasileiros uma cultura nossa, considerada até agora marginal, mas que responde pela identidade cultural do país, estando presente em todos os setores da sociedade.
 Faz-se necessário que as escolas e seus profissionais promovam um amplo movimento, tendo como horizonte a discussão e redimensionamento dos currículos, dos materiais pedagógicos com relação às etnias, a comunidade negra incluindo, ainda nas manifestações escolares, nas discussões a comunidade negra e as diversidades culturais e, principalmente, as questões referentes aos mesmos deveres e direitos garantidos pelo Constituição Federal de 1988.
Professores e demais profissionais educacionais que circundam a pré-escola, com o intuito de educar na diversidade, devem oferecer oportunidade para que as crianças façam sua interpretação do mundo. 
Por isso, as salas de aula de Ensino Fundamental devem ser de fato um ambiente prazeroso, onde são oferecidos estudos, trabalhados e todos os tipos de materiais para que, através da observação, comparação, classificação e reflexão, os estudantes possam descobrir a importância da cultura, das manifestações artísticas, das crenças, rituais afro-brasileiras, procurando se apropriar delas, e assim, construir conhecimentos históricos importantes para a própria luta social.




5. CONCLUSÃO

A educação pode ser uma via de combate à discriminação. Isso pode ser manifestado por intermédio de gestos, comportamentos e palavras muitas vezes explícitas ou não, que de certo modo, afastam e condenam grupos sociais.
O desafio da escola é pela formação e disseminação da cidadania e inclusão em primeira ordem, e que seja desenvolvido outras formas de relação social, por meio de interação de trabalho educativo escolar e das questões sociais, posicionando-se crítica diante delas.
Embora saibamos que seja impossível uma escola igual para todos, acreditamos que seja possível a construção de uma escola que reconheça que os alunos são diferentes, que possuem uma cultura diversa e que repense o currículo, a partir da realidade existente dentro de uma lógica de igualdade e de direitos sociais.




6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PLT – Multiculturalismo
PCNs –  volume 10.1 Pluralidade Cultural/ Orientação Sexual
CAMPOS, Carmem Lucia, CARNEIRO, Sueli, VILHENA, Vera, A Cor do Preconceito. Ática, 2007















 7 - Etapa  3: Gênero e sua influência no desempenho escolar dos alunos.
Principais ideias defendidas pelos autores: MOREIRA, Antonio F.B.: CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo, 1ª ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

Gênero trata-se de um conceito complexo construindo historicamente a partir dos estudos feminista. Pensar em gênero corresponde a pensar num conjunto de significado e construção sócios culturais realizados da percepção das diferenças entre sexos.
É também eles que resultam em papéis, valores e regras de conduta que são transmitidas as novas gerações de socialização.  As questões de gênero perpassem toda a esfera da sociedade e desta forma chegam também a escola.
Discutir as relações de gênero no ambiente escolar é fundamental importância quando se pensa em construir uma educação democrática que possibilita a todos os seus agentes, igualdades de condições e de oportunidades.
Com relação ao papel da escola, Louro (2001) argumenta que é formadora de diferença e desigualdade.
O fato da escola não ser acessível a todos, diferencia os que estão dentro e os que estão fora dela.
Os que têm acesso à escola reproduz ainda diferença de gênero, padrões de comportamento distintos para meninas e meninos. Segundo Carvalho, “a desigualdade sexual e iniquidade de gênero se manifestam em muitos aspectos das relações escolares”.
Essa manifestação depende dos professores e professoras que representam homens e mulheres, nos materiais didáticos ate as reações do poder na escola.
Ao impor modelos de comportamentos diferentes para meninos e meninas a escola pode influenciar nas escolhas profissionais dos mesmos.
Por exemplo, a mulher é sempre vista como ser frágil, que nasceu para se mãe, está ligada com ocupações que exigem maior organização como (professora, enfermeira, secretária, doméstica, cuidar de criança, etc.).
 Dessa forma, a função da mulher nesta visão, é cuidar da família e os homens ocupam tarefa que exigem maior força e habilidade física, exemplo: como pedreiro motorista etc.
 Apesar do aumento da participação é das mulheres no mercado de trabalho ainda permanecer visões estereotipadas a respeito da característica e capacidade do diferente gênero e da desvalorização do papel da mulher.
Desde cedo no processo socialização à rotina dos meninos e meninas vai sendo marcada por diferenças que perpassam suas atividades.
 As meninas já começam ajudarem nas tarefas domesticas, são incentivadas a cuidarem de suas bonecas como se fosse bebê, faz comidinha, brincar de casinha que requerem silêncio e submissão, brincadeiras que exploram habilidade e cuidado, é voltada para o lar, ou seja, para a esfera privada.
Os meninos são incentivados a brincar de carrinho, empinar pipa, jogar vídeo games, praticar esportes coletivos jogar futebol, em fim são brincadeiras que eles exploram suas habilidades físicas e raciocínio a se posicionarem, está voltado para a rua isto é para esfera pública.
Em resumo meninos e meninas são socializados de forma diferenciada e é normal, pois, quando adultos tenham posturas, ações e reações distintas.
É importante ressaltar que a escola não é única responsável pela formação de meninos e meninas, outra instituição como a família, também contribuem na constituição das identidades dos mesmos.
 Homens e mulheres são reflexos do que foi ensinado na escola, na família e na sociedade em geral. Carvalho (2001) e Cavalcanti (2003) têm estudado forma de gênero como são tratados pelos professores e professoras e as expectativas deles em relação aos alunos e alunas.
Os professores e professoras têm expectativas diferenciadas com relação ao comportamento e aprendizagem de meninos e meninas e é comum no cotidiano escolar percebemos a existência de alguns estereótipos relacionados aos gêneros, que se manifestam em relação ás expectativas de desempenho escolar; as meninas tendam a serem vistas como mais caprichosas e submissas. Seu silêncio e falta de participação nas aulas, são vistos como características positivas e existe expectativa de melhor desempenho escolar.
Já os meninos tendem a ser mais percebidos como mais agitados, indisciplinados, descuidados e expansivos por tanto, a probabilidade de sucesso escolar é menor.
Por outro lado os estereótipos em relação ao comportamento geram expectativas de que as meninas sejam mais passivas, compreensivas, capazes de cuidar dos outros enquanto os meninos sejam dinâmicos, destemidos e criativos.
Isto faz com que, na divisão de tarefas rotineiras e atividades no ambiente escolar, as meninas sejam destinadas atividades relacionadas à organização da sala de aula, e aos meninos sejam destinadas atividades e brincadeiras mais dinâmicas, que envolvam habilidade física.
Considerando que os valores e atitudes começam a ser construídos desde cedo pelas crianças através de suas vivências, a escola como espaço de formação deve oferecer um trabalho educativo que proporcione aos alunos, exemplos e oportunidades de convivência, experiência e reflexões que possibilitem o desenvolvimento de sua potencialidade e de atitudes menos estereotipadas e que estimule a curiosidade e a igualdade de oportunidades entre os gêneros.
Ensinar formas de comportamentos distintos e cobrar das meninas e meninos atitudes correspondente, é natural que haja uma separação entre eles no ambiente escolar, sendo importante que professores observam isso e busquem a interação entre todos os alunos e alunas, independente do gênero, para que aprendam a respeitar as diferenças e diminui a desigualdade entre os gêneros.
Quanto ao conhecimento, meninas e meninos podem estar abaixo da média, são desvios, mas seu desempenho são classificado e hierarquizado de diferente forma.
O fracasso ou baixo rendimento dos meninos é explicado seu comportamento, desatento, inseguro, desinteressado, distraído são naturalmente dotados de uma agitação que não conseguem controlar.
É por isso que eles teriam uma maior dificuldade de adaptação na escola. Já as meninas, o bom desempenho é associado à feminilidade passiva, que são justificadas por seu maior interesse, atenção e esforço, a capacidade de adaptação na escola é bem maior.
Assim sendo, os meninos e as meninas vão construindo na escola uma identidade do que é ser homem ou do que ser mulher, adquirindo normas que os diferenciem.
 Ilustrações que evidenciam as diferenças de tratamento entre os gêneros, discutindo os estereótipos mais presentes.



































 “A importância de um trabalho educativo que perpasse toda a prática pedagógica, voltado para a superação dos preconceitos”
Os estereótipos de gênero começam já no dentro do útero e, quando os pais escolhem o brinquedo, a decoração do quarto e as roupas do bebê, etc.
Mas é na escola na sala de aula que as crianças aprendem detalhes que ajudam a perpetuar essa visão bipolar do mundo.
Como separação de meninos e meninas em filas, nas aulas de educação física, onde meninos e meninas são separados e praticam diferentes esportes, no dia a dia da sala de aula quando atividades supostamente femininas são separadas para as meninas.
Na educação infantil, quando os brinquedos são separados, por gêneros: bonecas para as meninas, carrinhos para os meninos, cor azul para meninos e rosa para meninas.
 Essa visão bipolar ainda está muito forte até nas brincadeiras, onde jogar bola, empinar pipas, jogar games são para meninos e as meninas brincam de bonecas, casinha, amarelinha, entre outras.
As meninas tendem a serem vistas como mais “caprichosas”, mais concentradas e mais dedicadas. Seu silêncio e falta de participação nas aulas são vistos como características positivas e existe uma expectativa de melhor desempenho acadêmico.
Já os meninos tendem a ser percebidos como mais agitados, pouco cuidadosos, indisciplinados, pouco concentrados e por tanto, espera-se deles menor probabilidade de sucesso escolar.
Por outro lado, os estereótipos em relação ao comportamento geram uma expectativa de que as meninas sejam mais passivas, compreensivas, capazes de cuidar dos outros, enquanto os meninos sejam mais dinâmicos, destemidos e criativos.
 Isso faz com que, na divisão de tarefas rotineiras e atividades no ambiente escolar, às meninas sejam destinadas atividades relacionadas à organização da sala, arrumação e brincadeiras mais intelectuais, concentradas ( jogos, casinha, etc), e aos meninos sejam destinadas atividades e brincadeiras mais dinâmicas, que envolvam destreza física.
Houve mudanças nos costumes, mas as crianças ainda são tratadas como se isso fosse definir a sua sexualidade.
 Em países em que a figura da mulher e do homem é igual, ambos aprendem a cozinhar, cuidar de bebê, bordar, etc.
 As políticas educacionais trazem essa questão na teoria, mas, embora haja um avanço, falta muito em termos práticos.
Há escolas que se preocupam com a igualdade de gêneros e adotam políticas, mas há pais que não entendem.
Se a professora lê um livro sobre as fadas e princesas os meninos dizem que não é leitura de menino, pois aprendeu dentro do âmbito familiar.
Se o menino não pode segurar uma boneca, então será educado a não ter uma aproximação maior com os filhos.
No passado, era assim a vida toda, hoje o menino é separado de tudo e na vida adulta é cobrado. Começa na educação infantil e o adulto continua a reproduzir isso.
No conteúdo das escolas, a questão da igualdade entre os sexos deve ser mais abordada, considerando que os valores e atitudes começam a ser construídos desde cedo pelas crianças através de suas vivências.
A escola como espaço de formação deve oferecer um trabalho educativo que proporcione aos alunos exemplos e oportunidades de convivência, experiências e reflexões que possibilitem o desenvolvimento de suas potencialidades e de atitudes menos estereotipadas e que estimule sua curiosidade e a igualdade e oportunidades entre os gêneros.
Isso pode ser feito através do incentivo à participação integrada dos alunos em todos os tipos de atividades, da mudança de rotinas, jogos e brincadeiras, da discussão das diferenças e preconceitos, e da discussão das perspectivas e projetos de futuro.

Etapa 4 – Identidades culturais e escola: conflitos e possibilidade.
Estamos vivendo um período de grandes transformações em que algumas reações refletem alguns momentos de insegurança, medo, desconfiança e conformismo, por outro lado, procuramos cultivar no nosso cotidiano a esperança e a criatividade, buscando assim construir um mundo diferente, mais humano que nos possibilite a convivência com a diversidade cultural presentes em nossas vidas, no trabalho, na escola, na família, na sociedade e no mundo.
Na América Latina encontramos muitos projetos neoliberais de caráter dominante, onde são causadas reformas estruturais que acentuam ainda mais a marginalização e a exclusão.
As dimensões dos nossos continentes estão sofrendo grandes abalos e os mais afetados são as pessoas excluídas da sociedade, por fatores, sociais, discriminações etnias, religião, opções sexuais, entre outros.
Convivemos com essas classes todo tempo de nossas vidas, porém essas diferenças não são valorizadas, reconhecidas e muitas vezes por preconceitos, pessoas de classes que se diz superior, não interage com estas classes, subestimando suas capacidades.
No entanto, no meio destas contradições e conflitos o caráter multicultural vem crescendo, nos diversos lugares de nosso país.
Desde o princípio da nossa história sabemos que a miscigenação é um dos traços de nossa formação histórico-cultural, que os povos originários e os afro-americanos são testemunhas do massacre realizadas ao longo da história do nosso país.
Discutir a diversidade cultural significa compreendê-la, levando em conta seu dinamismo vivido por homens e mulheres, trabalhadores, negros e brancos, adultos e adolescentes, enfim, alunos e professores, seres humanos concretos, sujeitos sociais e históricos, presentes na história.
Portanto podemos afirmar que a perspectiva intercultural em educação não pode ser vista e pensada sem os problemas sociais e políticos, onde relações culturais e étnicas se confrontam por relações de poder.
Nesse sentido na década dos anos 50, os movimentos de educação popular tiveram uma grande importância ao promover processos educativos, tendo como ponto de partida os componentes culturais dos diversos grupos sociais.
 No entanto, sabemos que promover uma educação intercultural não se restringe a determinadas populações específicas, como se somente a elas fosse exigido o esforço de reconhecimento e valorização das diferentes culturas da sua origem.
Hoje a educação intercultural é considerada como um princípio orientador, teórica e participante, dos sistemas educacionais na globalidade.
Podemos observar em livros, meios de comunicações, filmes, revistas, e chegar a conclusão de algumas características humanas por representações legítimas e naturais de como ser humano. Ex.: homens, brancos, padrão euro-norte-americano, de vestir e agir (TRINDADE, 2000,p11).
Sendo assim, nossa sociedade tem se preocupado bastante em construir uma educação com qualidade para a totalidade da população.
Uma escola que priorize um caráter democrático, onde a educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, que conceda a oportunidade de nela ingressar, mas também de nela permanecer, aprender e sair com conhecimento que os possibilitem viver na sociedade, participando efetivamente da construção de uma sociedade humanitária, solidária, cidadã.
A diversidade real dos alunos se reduz a diferenças aprendidas na construção de conhecimentos deturpados pelo passar dos anos, bom ou mau aluno, esforçado ou preguiçoso. Também no comportamento, bom ou mau aluno, obediente ou rebelde, disciplinado ou indisciplinado.
Nesse processo, coloca em cena a questão das chamadas “minorias”, mulheres, negros, homossexuais, entre outros, e o debate sobre o respeito entre ás diferenças.
Diferentes análises, sobre os mais diversos enfoques teóricos, revelam o fracasso desse modelo de escola, cujo discurso da igualdade só vem consagrar a exclusão e a desigualdade das origens sociais dos alunos.
Diante dessas questões verificamos a importância de um trabalho pedagógico voltado para a superação dos preconceitos, nesse sentido, é preciso superar a concepção da escola somente como espaço de instrução e direcioná-la como espaço amplo de formação humana, onde os alunos possam ter acesso a elementos culturais e habilidades que contribuam para uma formação integral como seres humanos, e na construção de identidades positivas.
Temos percebido que quando esses valores são rompidos ou não são transmitidos às novas gerações, instala-se a violência, tornando inviável a vida social, política e cultural.
Também é necessário repensar na articulação da experiência que a escola oferece para os alunos. Deve-se pensar também na estrutura do projeto político pedagógico, sendo reordenado, colocando o aluno como centro do processo educativo, incentivando-o a refletir, sobre si mesmo, suas experiências, sua identidade e sua história.
Precisamos e devemos criar práticas pedagógicas que nos possibilite ter a sensibilidade pela valorização das relações entre educação e culturas, que fazem crescer entre nós a contribuição para um crescimento político-social e cultural, tendo em vista uma melhora na educação brasileira, apesar das dificuldades e contradições na busca no qual a sociedade passa no momento.
A educação brasileira precisa trabalhar com práticas pedagógicas que busquem a superação dos preconceitos, podendo utilizar como meio, as danças de origem afrodescendentes, que são belíssimas, com o colorido que embelezam os negros.
Como também por meio de teatro, das histórias e da poesia, atividades que venham aproximar as classes sócias, e que suas diferenças venham atribuir no conhecimento do grupo.
Usando uma pedagogia libertadora que tenha uma estratégia rica e diversificada, oferecendo inclusões sociais para aqueles que foram excluídos da sociedade.
Pensar na escola dentro de uma única lógica acaba por segregar, e excluir, além de apagar a nossa identidade cultural, não contribuindo para um aprendizado para aqueles alunos com problemas.
Podendo-se, usar uma estratégia pedagógica, em que haja a interação das diversas classes, culturais, religiões e etnias, através de um projeto que haja o desenvolvimento e a dependência de cada um, das diversas classes citadas.
Tendo a necessidade de coletar dados de cada sociedade para que o projeto seja finalizado.
Com o intuito de aproximar, unir e acabar de vez com as diversidades sociais e o preconceito dentro do ambiente escolar.













REFERÊNCIAS


Bibliografias:
PLT - Multiculturalismo MOREIRA, Antonio F. B.; CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo. 1. ed. Petrópolis: Vozes, 2012.

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